Teste de intolerância alimentar
A revolução industrial na área de alimentos é relativamente recente e tem oferecido à sociedade uma grande quantidade de produtos modificados, a fim de que possam ter sua validade para consumo estendida por longos períodos de tempo.
Por outro lado, não houve tempo suficiente para que o conjunto dos nossos genes pudesse adaptar-se a essas modificações químicas introduzidas nos alimentos que compõem a nossa dieta alimentar.
Assim, não é surpresa estarmos ingerindo em nossas refeições alimentos mais ou menos incompatíveis com a capacidade que o nosso genoma possui para metabolizá-los.
Por esse motivo, a porção interna do intestino delgado, chamada “mucosa”, que é por onde todos os alimentos são absorvidos para dentro do corpo, em condições normais não permite que esses alimentos incompatíveis cheguem à nossa circulação sanguínea.
Mas essa barreira algumas vezes não é suficiente para blindar nosso corpo e esses alimentos indesejados acabam adentrando à nossa corrente sanguínea. Com isso, o sistema imunológico que nos defende é recrutado e começa a produzir anticorpos contra esses elementos estranhos. São as chamadas “imunoglobulinas G”, responsáveis por um tipo de reação imunológica chamada “hipersensibilidade retardada”, que consegue livrar o nosso corpo de muitos ataques do ambiente em que vivemos.
As imunoglobulinas ligam-se aos alimentos incompatíveis, formando moléculas grandes chamadas “complexos antígeno-anticorpo”, que ficam circulando livremente pelo sangue.
Uma outra célula importante do nosso sistema imunológico, chamada “macrófago” encosta no complexo antígeno-anticorpo e, através de movimentos amebóides coloca-o para dentro do seu citoplasma, num processo chamado “fagocitose” e, graças aos enzimas que possui, em poucos minutos destrói totalmente o inimigo. Isto ocorre se a quantidade de complexos for pequena.
Se, por outro lado, a pessoa ingerir uma quantidade desproporcional desses alimentos, não haverá macrófagos suficientes para fagocitar todos os complexos antígeno-anticorpo formados e aqueles que restarem continuarão a circular na corrente sanguínea.
E, mais cedo ou mais tarde, acabam se depositando na parede interna de algum vaso sanguíneo, originando imediatamente um processo inflamatório, o grande responsável pelos sinais e sintomas causados pela “intolerância alimentar”. Se essa inflamação ocorrer no intestino, o paciente apresentará um quadro clínico relacionado ao sistema digestivo, relatando empachamento, gases em excesso, dor abdominal, azia, episódios de diarreia alternados com prisão de ventre, etc, em tudo levando ao diagnóstico de “síndrome do
cólon irritável”, com prescrição de ansiolíticos que dificilmente levarão à cura do paciente, pois a causa de sua doença não está sendo atacada.
Se a inflamação situar-se nos vasos sanguíneos do sistema respiratório alto, o paciente manifestará queixas relacionadas às vias aéreas superiores (coriza, espirros frequentes e outros tantos), ensejando o diagnóstico de diferentes tipos de “alergia” que o paciente vai carregando ao longo de sua vida.
Na pele, essa inflamação provoca dermatites que também acompanham o paciente por muitos anos. Síndrome
do pânico, enxaqueca, doenças autoimunes e muitas outras doenças crônicas têm desafiado os médicos no tratamento de seus pacientes e puderam ser curadas apenas pela retirada dos alimentos incompatíveis da dieta alimentar.
Na hipersensibilidade retardada, nosso organismo leva cerca de quatro dias para produzir os anticorpos contra esses antígenos alimentares e por isso o paciente acaba não correlacionando seus sintomas com os alimentos que ingeriu dias atrás. Por isso, eles continuam ingerindo-os, aumentando a gravidade do processo. A finalidade única deste teste de intolerância alimentar é pesquisar a presença de imunoglobulina G para cada um 221 diferentes alimentos relacionados.
Se houver incompatibilidade para qualquer alimento, o laudo indica a quantidade de IgG para cada um dos alimentos para ele incompatíveis.